quarta-feira, 16 de março de 2011

Uma vez na vida ajoelhei ao lado da cama.
Uma unica vez cruzei as mãos.
Apertei contra o peito um crucifixo e chorei.
Não foi por mim.
Não pedi nada para mim.
Em um pequeno instante pensei em deus.
O quis.Implorei por uma existência invisível que não creio.
Rezei sem saber "Pai Nosso" ou "Ave-Maria".
Rezei soluçando,
rezei sem pensar,
sem entender,
sem perguntar...
Sem saber o que falar.
Era um fim que me matava.Um fim infinito,pra toda vida.
Só o primeiro.
E com joelhos ardendo,olhos doendo,mãos suando
em um quarto vazio e escuro
esperei uma resposta que nunca chegou.
Esperei o abraço,o beijo,o toque perdido.
E quando cansei da ausente onipresença invisível
dormi.

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E na mesma velocidade que aconteceu,
marcou e balançou...
Morreu...
Agora acostumei a viver em um vazio
sem paz.

Inspiração

A alma se soltou.
Alçou um  imenso voo em direção ao infinito.
Não tinha rumo
nem objetivo.
Ela só pairava.

O horizonte ficava ao alcance das mãos,
longe dos olhos
mas tinha um gosto doce de felicidade...

Era a ilusão mais real,
os fantasmas mais familiares,
as dificuldades mais descomplicadas.

E sem sentido
com todos os sentidos possíveis

Porém em um suspiro
olhos abertos
corpo trêmulo
e melodia simples...

Era uma vez uma música.