Ela ficou sentada no vaso por um bom tempo.
A música fazia a porta vibrar junto com batidas intensas.
"Está tudo bem?"
Não.Não estava tudo bem.
Os segundos de prazer não compensavam o vazio que nunca a deixava.
Mas a resposta foi um sonoro sim acompanhado do sorriso mais vibrante que seu rosto podia fingir.
A música e as batidas na porta eram incessantes.
Mas ela não queria sair...Atrás da porta tinha gente,barulho e mais solidão.
Mais do que ali com aquele estranho.
Ela se deixou ficar.Sentada.
Imóvel enquanto o estranho se retirava.
Ficou por tempos,horas a encarar sua máscara destruída pelos beijos.
Ou talvez foram só alguns minutos...
Quando finalmente saiu.Reparou que novamente era só ela... e o resto do mundo.
A música acabou.
Os amigos se foram.
Os amantes também.
E no meio fio da rua repleta de silêncio ela interrogou a madrugada:
"De que adianta saciar meu desejo se parte da alma sempre é roubada?"
...
Não ouve resposta.
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