quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Te(n)são





"Sou uma assassina...de sentimentos alheios.
Não por vingança,rancor ou semelhante.Apenas porque assim sou.
Nunca tive um amor que chamasse de meu.Nunca tive homens ou mulheres que eram meus por inteiros... Porque nunca me entreguei por inteiro.
E humanos não são objetos.
Então manipulo-os fazendo acreditar que meus desejos são os seus.
Mas continuo a tratá-los como objeto.Só não admito.
Se já fui magoada?Sim.
Mas nunca sofri mais do que fiz sofrer.Me consola...
Hoje,porém,foi diferente.
Eu senti meu coração pular de euforia e todas essas metáforas repugnantes dos apaixonados.
Me enojam e me fazem sentir ânsias.
Ele me matava com o olhar,me dominava pelo cheiro.
Estou me convencendo que é só carnal.Me convencendo que, o amor que nunca acreditei existir,não exista.
Agora,porém, que me sinto sem razão,meio perdida entre meus comprimidos e escritos...
Não vou me entregar à algo tão fétido e destrutivo.
Eu aceito o sexo.
Eu aceito esmola.
Aceito seu tapa,seu cuspe.
Mas não aceito sua declaração em três palavras: 'Eu Te Amo'.
Hoje sou assassina de mim."


A janela aberta permitiu o vento entrar e o corpo sair.
Ela flutuando revia sua razão.
Ele lá de cima cuspia...

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